Marcos Franchini | Edifício-Ferramenta
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Edifício-Ferramenta

Local: Fazenda Carreiras em Ouro Branco – MG
Projeto: 2016-2017
Área: 2000m²
Consultorias:

Conforto Ambiental: Luciana Carvalho

Cálculo Estrutural: Heide Batista

Auditório: Pedro e Filipe Pederneiras
Arquitetura com terra: Márcio Hoffmann

Colaboração: Gabriel Nardelli

 

FORMAÇÃO DO ARQUITETO

A formação do arquiteto sempre passou pela influência das práticas de trabalho ao longo da história. Constata-se que há um imbricamento entre o “aprender arquitetura” e o “fazer Arquitetura”. Nesta seara, em que a experimentação construtiva definitivamente trabalha em favor da sensibilidade, de forma coletiva através da troca entre diversos saberes, considera-se primordial que alunos e professores reconheçam a existência de ambientes nos quais estas atividades acontecem como local legítimo de ensino e trabalho do arquiteto

Propõe-se uma plataforma experimental para o desenvolvimento de suas práticas pedagógicas e de pesquisa onde, em primeiro lugar, professores e profissionais podem se encontrar para trocar experiências na escala 1:1.

Os estudantes, trabalhando em equipe, participam de módulos pedagógicos que concedem uma dupla experiência. Primeiramente, esta do exercício propriamente dito realizado segundo um procedimento estabelecido dentro de uma estrutura de trabalho e prazos definidos. Em segundo lugar,a experiência do grupo, da aprendizagem do canteiro e da gestão coletiva do projeto.

Na discussão sobre ambiente educacionais, considera-se o espaço arquitetônico como o “terceiro professor” acompanhado do pessoal docente, material pedagógico e equipamentos, bem como a aplicação de um currículo responsável e uma pedagogia criativa

 

A PROPOSTA DO EDIFÍCIO

Propõe-se o uso da parte posterior do terreno da Fazenda Carreiras para inserção do projeto arquitetônico desenvolvido em área fora do limite de tombamento do IEPHA/MG . O perímetro do entorno a área tombada envolve também o paiol e um trecho da Estrada Real. Buscou-se uma implantação que valoriza a paisagem natural e integra a edificação com o entorno. Assim, é possível acessar a construção em diversos pontos do terreno. O acesso de veículos ao edifício e estacionamento se dá através de uma via existente na porção leste da área, junto às chácaras vizinhas dos edifícios de interesse histórico.

A orientação do edifício e a setorização dos ambientes, que somados resultam na área de 2000m2, leva em conta as considerações iniciais apontadas pela caracterização do clima local e recursos de ventos. O agrupamento de ambientes de características semelhantes auxilia na solução de conforto e eficiência térmica do edifício.

O partido básico organiza o edifício através de duas estratégias. Primeiramente, imagina-se o desenvolvimento de dois galpões, um destinado às atividades pedagógicas (12x30m . h=7,5m) e outro para ser ocupado pelo auditório de apoio à eventos (15x21m . h=6m).

Contíguo aos dois espaços, apresentam-se pavilhões (6x9m . h=3,5m), dispostos à cada 6m, com os usos de salas de aula, ateliê e marcenaria, laboratórios (de computadores e prototipagem), administração, biblioteca, banheiros, cantina além de uma enfermaria para urgências. Tal como Hetzberger, propõe-se uma ampla circulação para conexão dos ambientes e realização de atividades. Pretende-se, por meio desta aproximação projetual, possibilitar futuras etapas de expansão do edifício e, também, permitir um maior grau de abertura aos usos infraestruturais e de apoio através dos suportes iniciais. A proposta do galpão tem em si o objetivo de aproximar alunos, pesquisadores e parceiros externos testarem e desenvolverem novas técnicas e que se construam modelos e protótipos na escala 1:1. Estima-se a possibilidade de atender anualmente 1250 alunos.

Ao se adotar uma malha de múltiplos de 3m para o desenvolvimento do sistema de modulação estrutural, é possível se estabelecer uma coordenação modular para os componentes construtivos industrializados que compõe a obra.

A cobertura do edifício possibilita a captação das águas de chuva e geração de energia solar através de painéis fotovoltaicos para obtenção de energia elétrica. Com a intensidade de uso energético (EUI), é possível implantar um sistema de energia solar fotovoltaica capaz de gerar 100% da demanda por eletricidade do edifício, transformando-o em um edifício autossuficiente em energia.

Category

Educação, Institucional