No ano de 2017, a mostra de arquitetura de interiores CASACOR Minas ocupou um importante edifício que integra o Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação, região marcada pela forte efervescência urbana, cultural, política e gastronômica da cidade.
O local funcionou como sede da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e está diretamente associado à criação de Belo Horizonte. Nos últimos anos, o edifício vem passando por um processo de restauração, sob a supervisão do IPHAN, para abrigar futuramente as instalações do Museu Ferroviário após mais de uma década fechado.
Aqui, o tempo deixa de concordar com a permanência e se relaciona com a efemeridade. Um modelo mais radical que toma forma: mais experimental numa arquitetura menos determinante, tendo a autoria de concepção do espaço diluída entre mais de 50 profissionais e estudantes dos campos de arquitetura e design, participantes dos workshops de fabricação digital e responsáveis pelo mobiliário que habitaram o sótão do casarão. Ao redimensionarem seu protagonismo, os arquitetos passam a motivadores de construções processuais em que o campo de atuação não é mais a exposição, mas ações subjetivas e coletivas que ensaiam vivências.
O GUAJA Sapucaí conformou um laboratório efêmero que reuniu todas as condições para que os processos de discussão e construção do espaço pudessem acontecer em sua integralidade. Além de participarem do processo de concepção do espaço, os participantes do workshop fabricaram todos os elementos necessários à ocupação.
Uma máquina de corte CNC (controle numérico computadorizado) foi instalada no local durante todo o período de funcionamento do evento, transformando o espaço em um verdadeiro makerspace. Foi proposto um espaço para abrigar a CNC com o intuito de proporcionar segurança aos visitantes, isolar ruídos e resíduos quando a fresadora estava ligada.
Além dos workshops, o GUAJA Sapucaí foi um espaço de trabalho e de experiências colaborativas além de promover exibições de filmes e uma série de conversas intitulada Arquitetura para não arquitetos. Nesses encontros, foram debatidos assuntos com largo enfoque na relação das pessoas com a paisagem urbana tangendo mobilidade urbana, memória e preservação, arte e modos de morar.
Arquitetos :
Gabriel Nardelli, Lucas Durães, Marcos Franchini, Pedro Haruf e Sarah Matos
Colaboração :
57 alunos workshop de fabricação digital
Denis Fuzii, Samuel Biron e Rafael Yanni (monitores do workshop)
Projeto Luminotécnico: Pedro Pederneiras
Execução : Jangada Fabricação Digital e ESMAD
Projeto : Maio – Agosto 2017
Obra : Julho – Agosto 2017
Área : 420m2
Fotografía – Gabriel Castro (Reverbo)
Design, Serviços