Ficha Técnica:
Arquitetos responsáveis: Gabriel Castro, Marcos Franchini, Nattalia Bom Conselho e Pedro Haruf Equipe: Cael Soares, Diandra Noemí, Gustavo Nogueira, José Henrique Paiva, Joyce Lemos, Lorena Vaccarini, Paola Ferrari, Sofia Vasconcelos, Thomáz Marcatto e Vinicius Pinheiro
Execução: Grizo Engenharia
Estrutura e projetos Complementares: José Carlos Cirino Leite (CIVIX), Francisco Sérgio de Castro e Passos
Licenciamento Ambiental: Igor Madeira
Projeto luminotécnico: Nattalia Bom Conselho e Jéssica Machado
Registro fotográfico: Manuel Sá e Sofia Vasconcelos
Projeto: 12/2019
Conclusão da obra: 06/2024 Área: 874,78m2
Memorial descritivo
Localizado na região Nordeste de Belo Horizonte, o projeto do Colégio Alumnus foi desenvolvido para permitir a expansão da instituição no bairro Fernão Dias, recebendo as turmas do Ensino Médio. Partindo de um programa de necessidades amplo e uma legislação com coeficiente de aproveitamento limitado, o projeto buscou potencializar as áreas de uso comum, considerando espaços multiuso e transformando áreas de circulação e afastamentos em ambientes de convivência ativa e aprendizagem.
A implantação ocupa toda a projeção permitida pela legislação respeitando os afastamentos frontais e laterais. No entanto, optou-se pela estratégia de suspender o conjunto de salas de aula e quadra para liberar um vazio no nível térreo, permitindo que a ventilação atravesse o edifício e criando a ambiência de uma área livre, mesmo sendo coberta. A edificação é composta por um volume que “flutua” sobre o pilotis criado no térreo.
Esse vazio no nível de acesso acolhe a comunidade escolar e funciona como uma área que recepciona, abriga as áreas administrativas e o refeitório, além de servir como espaço livre para atividades e eventos. A biblioteca e o laboratório, localizados no mesmo nível, possuem esquadrias amplas que permitem integração entre os espaços, favorecendo a flexibilidade de uso e podendo ser facilmente transformados em ambientes expositivos para a produção escolar.
No subsolo, as salas de aula se abrem para uma varanda gramada, permitindo que os estudantes aproveitem esse espaço para atividades ao ar livre, alternando momentos de foco dentro da sala com descompressão externa. A sala dos professores conta com um terraço descoberto, oferecendo um ambiente de descanso ao ar livre.
A quadra esportiva foi posicionada na cobertura do edifício, com um tratamento monocromático que minimiza distrações visuais e favorece o foco nas atividades físicas. As molduras dos fechamentos da quadra revelam e escondem a paisagem urbana, criando uma conexão visual interessante com a cidade.
Em termos construtivos, o edifício valoriza materiais naturais e aparentes, como o piso em concreto polido, a exposição da laje em concreto armado protendido, eletrodutos sobrepostos e infraestrutura visível, soluções que facilitam a manutenção cotidiana exigida por uma escola. A escolha de componentes industriais, como venezianas e chapas vazadas, equilibra vedação, iluminação e ventilação natural.
A circulação vertical foi planejada para atender tanto a acessibilidade quanto para promover encontros espontâneos. Um elevador e uma escada ampla, bem iluminada e ventilada, reforçam o caráter plural desses espaços, tornando-os locais de interações diárias.
A fachada do edifício apresenta janelas de diferentes alturas e formatos, que recortam e emolduram a paisagem para quem utiliza os seus espaços internos. Essas aberturas são protegidas por uma segunda pele em chapa expandida de alumínio, que filtra a luz e protege as fachadas mais expostas ao sol. A edificação se destaca como um novo elemento na paisagem, que, à primeira vista, pode destoar das construções típicas da região, mas que se ajusta à escala do bairro, sem impactar o seu entorno.
Educação