Projeto desenvolvido pelo Coletivo LEVANTE (Amanda Castilho, Fernando Maculan, Marcos Franchini, Nattalia Bom Conselho, Marina Vilela e Rafael Yanni)
Situado em uma importante via de acesso à favela, na Avenida Mem de Sá, o projeto para a Quadra do Canão propõe uma reformulação do espaço de uso coletivo para promoção de eventos e práticas esportivas, articulando-se, também, ao programa de ensino integral das escolas municipais da vizinhança. A intenção do LEVANTE para este projeto é permitir que o espaço já existente ofereça melhores condições de uso, por meio da criação de sombra, de infraestrutura básica e da integração à paisagem. Para isso, a ideia é projetar uma cobertura para garantir a proteção da chuva e conforto dos usuários, com área para banheiros, vestiários, depósito e copa para apoio aos futuros eventos que poderão ser realizados no local.
O espaço foi reorganizado para abrigar os novos usos, redimensionando a quadra anterior e criando também um largo descoberto adjacente. A estrutura metálica pousa sobre o perímetro do lote na forma mais esbelta possível, a fim de ocupar o mínimo de área útil do terreno. Pensada a partir de uma lógica modular, ela apoia uma cobertura em sheds, que permite iluminação e ventilação naturais nas atividades esportivas e culturais.
Na rua da quadra, uma tubulação adutora cruza sobre a Avenida Mem de Sá, carinhosamente apelidada de “Canão”. Comumente utilizado como travessia e mirante, o Canão é incorporado ao projeto como um camarote público, que permite a interação com as atividades culturais e esportivas da quadra. Como uma moldura da paisagem, a cobertura metálica se adequa à altura do Canão, permitindo que do alto da adutora seja possível ver as atividades que acontecem na quadra, e vice-versa.
O programa de infraestrutura da quadra compõe dois blocos: à esquerda, estão localizados os banheiros, vestiários, depósito de material de limpeza e lavabos; e à direita, estão localizados os cômodos administrativos e uma cozinha para atender a demanda dos eventos. Sobre ambos os blocos, cria-se uma laje mais baixa em relação à cobertura metálica, que permite um segundo ponto de integração e plateia, para além da arquibancada existente.
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